O BPM (Gerenciamento de Processos de Negócios), um tema constantemente em evidência nas empresas, levanta questões intrigantes. No entanto, como chegamos a este ponto? Por que o BPM atingiu status de celebridade organizacional? Aliás, você sabe de onde vem o BPM? Para compreendermos as origens do BPM (Business Process Management), é preciso realizar uma viagem retrospectiva ao passado por meio do túnel do tempo.
Um pouquinho de História…
Na Antiguidade, os artesãos possuíam seus próprios ofícios e empreendimentos. Cada trabalhador desempenhava o papel de generalista, abrangendo todo o processo empresarial, desde a inauguração da loja até o atendimento ao cliente, passando pela produção e vendas. Estes donos de pequenos negócios realizavam todas as etapas, desde o início até o término, e detinham conhecimento sobre uma variedade de produtos ou serviços. Você já tinha parado para pensar nisso?
Com a chegada da Era Industrial, marcada pelo grande marco da Revolução Industrial por volta de 1880, observa-se o início da divisão do trabalho. Nesse contexto, o renomado Frederick Taylor aborda como tema central de seu estudo científico a produtividade das tarefas, redução de custos e a especialização do trabalho.
Pela primeira vez, surge o papel do Gerente, desempenhando a função de supervisionar o trabalho de grupos de trabalhadores, fornecendo instruções e exigindo resultados. Simultaneamente, começam a surgir as estruturas hierárquicas e verticais que predominaram nos cenários organizacionais até um século mais tarde. Somente a partir de 1980, esse modelo começou a ser desafiado e a apresentar alternativas.
Neste momento, cada trabalhador começa a focar na sua especialidade e na sua área de trabalho. Desta forma, o trabalho foi sendo cada vez mais fragmentado. Ou seja, os pedacinhos dos processos começaram a ser divididos.
Primeira onda do BPM
Seguimos nessa trajetória de entendimento das origens do BPM e chegamos nas décadas de 60 e 70, um período que hoje chamamos de Primeira onda do BPM. Novos horizontes surgiram, como a Gestão da Qualidade Total.
Para se ter uma ideia, o termo Business Process Modeling (modelagem de processos) foi utilizado pela primeira vez em 1967 por S. Williams, em seu artigo “Business Process Modeling Improves Administrative Control”. Logo depois, nos anos 70, com objetivo de melhorar a qualidade de seus produtos, a Motorola desenvolve o Six Sigma (ou 6 Sigma).
Deming é um autor de destaque deste período e uma das frases que eu mais gosto dele é:
Segunda onda do BPM
Nas origens do BPM, a segunda onda emerge no final dos anos 80 e início dos anos 90, impulsionada pelo ‘boom’ tecnológico, representado pelo surgimento de sistemas operacionais como o Windows e redes de computadores. Esse período trouxe oportunidades para reorganizar os processos de uma maneira inovadora.
Já nos anos 80, o termo ‘workflow’, ou ‘fluxo de trabalho’ em português, passou a ser utilizado para descrever softwares de automação de processos empresariais internos, por meio da digitalização do trabalho. Essa terminologia evoluiu ao ponto de atualmente encontrar-se presente em nosso cotidiano, como no caso do RPA, Process Mining, entre outros.
A segunda onda do BPM é marcada, igualmente, pelo movimento do BPR (Business Process Reengineering – Reengenharia de Processos de Negócio). Destaca-se o livro “Reengineering the Corporation”, publicado por Michael Hammer e James Champy, que representa um movimento fundamentado no repensar radical dos processos.
Terceira onda do BPM
Com a chegada dos anos 2000, as coisas começaram a mudar para melhor. As pessoas começaram a perceber que a orientação aos processos fazia sentido e era mais produtiva. Além disso, chegam tecnologias mais avançadas como os sistemas ERPs (Enterprise Resource Planning).
A terceira onda do BPM concentra-se na transformação contínua. Nesta fase das origens do BPM, destaca-se também o surgimento da notação de modelagem de processos BPMN (Business Process Model and Notation).
Dentro dessa terceira onda, surge a ABPMP (Associação dos Profissionais Especializados em Gestão de Processos de Negócio). O advento de novas técnicas, como o BPM Ágil, , também assume uma posição de destaque neste período.
Conclusão
Ao longo das últimas décadas, o uso do BPM tem experimentado um crescimento exponencial, impulsionado pela rapidez com que aprimora os processos nas empresas onde já foi implementado. Compreender a evolução do BPM em conjunto com a tecnologia é crucial para otimizar os resultados das organizações através da melhoria contínua dos processos de negócio.
Diante do crescimento acelerado na área de BPM, muitos profissionais de processos têm buscado desenvolver técnicas específicas para se destacarem no mercado. Na dheka, oferecemos diversos cursos que possibilitam o aprimoramento dessas habilidades, com foco nos processos empresariais. Conheça:
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- Análise e Melhoria de Processos
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Referências Bibliográficas
DUMAS, M., et al. 2013. Fundamentals of Business Process Management. New York: Springer.
HAMMER, M.; CHAMPY, J. 2009. Reengineering the Corporation. HarperCollins.
LECOM. Trajetória do BPM.
SMITH, H.; FINGAR, P. 2003. Business Process Management: The Third Wave. Tampa: Meghan Kiffer Pr.
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Publicado por: Andréa Magalhães
CEO e Fundadora da dheka – Especialista em BPM – Professora e Pesquisadora
Atuou durante 7 anos como professora do Instituto de Computação (IC) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Atuou como pós-doutora e pesquisadora pela COPPE/UFRJ em 2014 e na UNIRIO em 2015. Concluiu seu doutorado em Engenharia de Software com foco em Processos e Colaboração pela COPPE/UFRJ em 2013.
Experiência de participação em projetos de consultoria para diferentes empresas, como B3, Marinha, Petros, Vale, TIM, Petrobras, SENAI-CETIQT, Shell, Arquivo Nacional e Mongeral Aegon. Atua há 20 anos nas áreas de Gestão de Processos de Negócio (BPM), Gerência de Projetos e Requisitos. Atuou durante 2,5 anos como Gerente na Ernst Young (EY). Certified Business Process Professional (CBPP).
Também ministra cursos de pós-graduação e extensão, orienta alunos e possui trabalhos publicados em congressos e revistas nacionais e internacionais.
Como Expert Digital, mantém o canal do Youtube da dheka, os podcasts do canal dhekaCast no Spotify, Deezer e Apple Podcast, contribui com publicações para o blog da dheka e atua como Palestrante e Mentora.