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Basicamente, as empresas investem em iniciativas de gestão de processos visando reduções de custo e prazo e melhoria de qualidade. Porém, os projetos de Gestão de Processos de Negócio (BPM) costumam ser longos e os clientes demoram a obter resultados. Uma das razões disso são os longos ciclos de levantamento e modelagem de processos e a ausência de entregas parciais. Assim, a dheka desenvolveu a ideia do BPM Ágil ou Lean BPM (do inglês, Agile BPM).
O BPM Ágil ou Lean BPM se preocupa em realizar a gestão de processos de forma mais iterativa realizando pequenos ciclos com entregas parciais. Por exemplo, ao invés de realizar uma única entrega com todos os modelos de processos, seria interessante entregar e validar um processo antes de iniciar o próximo modelo de processo. O objetivo é realizar entregas mais rápidas e aumentar a satisfação e percepção de valor agregado aos clientes.
Mas como inserir as práticas ágeis no ciclo de BPM? Primeiro, foi necessário adaptar ou reinterpretar os valores, princípios e práticas do desenvolvimento de software ágil – oriundos de diferentes métodos (entenda como eles estão relacionados) tais como XP (Extreme Programming) (BECK, 2004), Scrum (SCHWABER, 2004) e Kanban (ANDERSON, 2010) – para a realidade do BPM ágil ou Lean BPM.
a) Valores Ágeis
Os quatro valores fundamentais do Manifesto Ágil: indivíduos e interações entre eles mais que processos e ferramentas; software em funcionamento mais que documentação abrangente; colaboração com o cliente mais que negociação de contratos; responder a mudanças mais que seguir um plano.
Como ficam estes valores ágeis em BPM?
Os valores ágeis, quando aplicados em BPM, refletem uma abordagem dinâmica e adaptativa. Nesse sentido, o foco nas pessoas compreende tanto a comunidade de clientes e usuários quanto a própria equipe de modelagem. Além disso, o modelo de processos é a principal entrega, sendo que documentação adicional não é enfatizada. Adicionalmente, clareza e transparência no relacionamento e negociação com o cliente são fundamentais. E, por fim, é essencial a capacidade de mudar o curso quando ocorrer alguma mudança, demonstrando assim a flexibilidade inerente aos métodos ágeis.
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b) Princípios Ágeis
Partindo dos princípios que norteiam o Manifesto Ágil, chegamos aos seguintes princípios ágeis em BPM:
. Satisfação do cliente entregando rápida e continuamente modelos de processo;
. Capacidade de replanejamento quando ocorre alguma mudança no projeto de BPM para que o cliente possa ter vantagem competitiva;
. Entregas de artefatos (modelos, atas, relatórios e etc.) com frequência e em intervalos curtos;
. Especialistas no negócio e analistas de processos devem trabalhar em conjunto durante o projeto de BPM;
. Motivação, ambiente e suporte adequados à equipe de modelagem de processos para realização do projeto de BPM;
. Equipe geograficamente centralizada e interações presenciais;
. Artefatos de levantamento e modelagem utilizados como a principal medida de progresso do projeto;
. Ritmo constante de andamento dos trabalhos de modelagem;
. Excelência técnica;
. Simplicidade, redução de retrabalho e redução de esforços desnecessários;
. Autonomia e auto-organização interna da equipe de modelagem de processos;
. Lições aprendidas e análise post-mortem.
c) Práticas Ágeis
Cada prática ágil também foi reinterpretada para a realidade de BPM visando definir como implementá-la:
Após analisar cada prática ágil, foi necessário verificar aonde estas práticas podem se encaixar no ciclo de BPM. Mais detalhes sobre o funcionamento dessa nova abordagem de BPM, podem ser encontrados no próximo post dessa série, clicando aqui.
Referências
ANDERSON, D. J., 2010, Kanban: Successful Evolutionary Change for Your Technology Business. Blue Hole Press.
BECK, K., 2004, Extreme Programming Explained: Embrace Change. 2 ed. Boston, MA, USA, Addison-Wesley.
SCHWABER, K., 2004, Agile Project Management with Scrum. Washington, DC, USA, Microsoft Press.
ZAMBON, R., 2015, BPM Ágil ou Lean BPM.
Publicado por: Andréa Magalhães
CEO e Fundadora da dheka – Especialista em BPM – Professora e Pesquisadora
Atuou durante 7 anos como professora do Instituto de Computação (IC) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Atuou como pós-doutora e pesquisadora pela COPPE/UFRJ em 2014 e na UNIRIO em 2015. Concluiu seu doutorado em Engenharia de Software com foco em Processos e Colaboração pela COPPE/UFRJ em 2013.
Experiência de participação em projetos de consultoria para diferentes empresas, como B3, Marinha, Petros, Vale, TIM, Petrobras, SENAI-CETIQT, Shell, Arquivo Nacional e Mongeral Aegon. Atua há 20 anos nas áreas de Gestão de Processos de Negócio (BPM), Gerência de Projetos e Requisitos. Atuou durante 2,5 anos como Gerente na Ernst Young (EY). Certified Business Process Professional (CBPP).
Também ministra cursos de pós-graduação e extensão, orienta alunos e possui trabalhos publicados em congressos e revistas nacionais e internacionais.
Como Expert Digital, mantém o canal do Youtube da dheka, os podcasts do canal dhekaCast no Spotify, Deezer e Apple Podcast, contribui com publicações para o blog da dheka e atua como Palestrante e Mentora.