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Para conduzir um projeto de modelagem de processos de forma eficaz, é crucial definir inicialmente um método, um meta-modelo, uma notação e uma ferramenta.
Estas escolhas estão relacionadas, se influenciam e dependerão do objetivo do projeto de modelagem. Cada projeto terá um objetivo único que exigirá um diferente enfoque e grau de detalhamento. Por isso, o que é relevante em um contexto pode não ser em outro, fazendo com que as decisões de projeto tomadas também possam ser diferentes.
A escolha de cada um desses aspectos chave no início de todo projeto de modelagem de processos é essencial. Sem um método, o trabalho dificilmente será eficiente, podendo resultar na perda de tempo da equipe envolvida, consequentemente aumentando o custo do projeto. Sem um meta-modelo que indique o conjunto de informações a ser levantado, o trabalho poderá perder o foco principal, o que levará à identificação de informações não relevantes ao contexto. Ao mesmo tempo, se a equipe não escolher uma notação e uma ferramenta para a modelagem no início, eles terão que refazer parte do trabalho quando perceberem a necessidade desses recursos.
O primeiro passo é estabelecer uma sequência de passos (método) que permita o levantamento das informações e a construção dos modelos de processos de negócio. Como levantaremos as informações? Que técnicas usaremos? É necessário pensar nessas atividades para que o trabalho flua bem e produza resultados satisfatórios. Portanto, é preciso uma sequência de passos para levantar e modelar as devidas informações. Desta forma ficará mais fácil conduzir o projeto.
Como começar um projeto de modelagem de processos
Construir modelos de processos de negócio requer conhecer quais informações se deseja representar. Os levantamentos realizados estarão repletos de diferentes conceitos como: atividades, atores, documentos, informações e etc. O meta-modelo constitui a escolha dos elementos utilizados para mapear processos.
Em seguida, é necessário definir como cada uma destas informações é representada nos modelos de processos, através de símbolos distintos, ou seja, qual notação será utilizada. A escolha da notação dependerá das características da organização, das suas necessidades e da existência de iniciativas anteriores de mapeamento. As notações mais utilizadas atualmente são a BPMN (Business Process Management Notation) e a EPC (Event Process Chain).
Na medida em que o trabalho de levantamento e documentação vai se desenrolando, o volume de conceitos, relacionamentos e modelos cresce de forma que em pouco tempo torna-se impraticável manter a consistência e a coerência entre eles.
Ferramenta para modelagem de processos
Dessa forma, o apoio computacional (ferramenta) também é imprescindível, pois o volume de informações manipuladas pode crescer exponencialmente. A ferramenta ajudará na elaboração e manutenção dos modelos de processos e também permitirá maior transparência na documentação, já que se torna um repositório dos ativos de processos da organização.
A escolha desses quatro pilares não ocorre de forma independente. Muitas vezes a escolha de um determina ou, pelo menos, restringe a possibilidade de escolha dos outros. Por exemplo, a maioria das ferramentas traz implícita uma notação ou um conjunto finito delas.
Se a ferramenta permitir o uso de diferentes notações, então existirá alguma opção de escolha da notação. Caso contrário, a notação será automaticamente definida no momento da escolha da ferramenta. De forma análoga, se houver uma necessidade forte de utilização de uma determinada notação, o número de opções de ferramentas será restrito, restando apenas aquelas que permitam a utilização da notação em questão.
Já o meta-modelo e o método estão interligados, pois cada etapa do método fará referência a um conjunto de informações do meta-modelo. Ao se especificarem as atividades que deverão ser conduzidas, ou seja, o método, será necessário conhecer as informações que serão levantadas, ou seja, o meta-modelo.
Referências
MAGDALENO, A. M.; CAPPELLI, C.; BAIÃO, F.; et al., 2007, Uma Estratégia para Gestão Integrada de Processos e Tecnologia da Informação através da Modelagem de Processos de Negócio em Organizações, Revista Cientefico – Faculdade Ruy Barbosa, pp. 45–53.
SHARP, A.; MCDERMOTT, P., 2001, Workflow Modeling: Tools for Process Improvement and Application Development. 1st ed. Artech House Publishers.
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Publicado por: Andréa Magalhães
CEO e Fundadora da dheka – Especialista em BPM – Professora e Pesquisadora
Atuou durante 7 anos como professora do Instituto de Computação (IC) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Atuou como pós-doutora e pesquisadora pela COPPE/UFRJ em 2014 e na UNIRIO em 2015. Concluiu seu doutorado em Engenharia de Software com foco em Processos e Colaboração pela COPPE/UFRJ em 2013.
Experiência de participação em projetos de consultoria para diferentes empresas, como B3, Marinha, Petros, Vale, TIM, Petrobras, SENAI-CETIQT, Shell, Arquivo Nacional e Mongeral Aegon. Atua há 20 anos nas áreas de Gestão de Processos de Negócio (BPM), Gerência de Projetos e Requisitos. Atuou durante 2,5 anos como Gerente na Ernst Young (EY). Certified Business Process Professional (CBPP).
Também ministra cursos de pós-graduação e extensão, orienta alunos e possui trabalhos publicados em congressos e revistas nacionais e internacionais.
Como Expert Digital, mantém o canal do Youtube da dheka, os podcasts do canal dhekaCast no Spotify, Deezer e Apple Podcast, contribui com publicações para o blog da dheka e atua como Palestrante e Mentora.